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Desde que a criança começou a ser percebida como um ser importante no mundo ela passou a ser estudada e a receber estímulos para se desenvolver em todos seus aspectos, tornando-a capaz de se relacionar, refletir, tomar decisões e aprender.

Na educação, os estímulos, são os incentivos, os quais podem ser oferecidos por meio de jogos, brincadeiras, trocas de afeto, conversas, entre outras atividades que auxiliam no desenvolvimento da criança, os quais devem ser oferecidos às crianças desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental para favorecer sua aprendizagem.
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Elas são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem verbal, fazer com que se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer ao desenvolvimento integral da criança. É pelo brinquedo que ela desenvolve a imaginação, a confiança, o controle, a criatividade, a cidadania, suas frustrações, a cooperação e o relacionamento interpessoal. Segundo Kishimoto (2000) o principal objetivo é dar a criança um substituto dos objetivos reais, para que possa manipulá-los. A criança expressa no brinquedo o mundo real, com seus valores, modos de pensar e agir e o imaginário do criador do objeto.

A criança avança essencialmente através da atividade lúdica. Somente nesse sentido pode-se considerar o brinquedo como uma atividade condutora que determina a evolução da criança. (VYGOTSKY 1991, p. 226-227)

A brincadeira deve ser considerada como algo sério que é primordial para o desenvolvimento infantil. Ela é uma das formas da criança colocar para fora medos, problemas, angústias que já enfrentou. Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida a uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar e abstrair. (MELO & VALLE, 2005, p. 45). É através da brincadeira que a criança segue para novos espaços e construção da realidade.
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Antigamente as crianças precisavam de criatividade para confeccionar seus brinquedos e depois brincar. As brincadeiras de antes oportunizavam mais às crianças a descobrir, criar e procurar materiais para confecção. Assim, os brinquedos eram considerados como não estruturados, esses, através da imaginação da criança e dos materiais que fossem de sua preferência/disponibilidade poderiam servir para diversos fins na hora da brincadeira.

Hoje, os brinquedos são estruturados/prontos, como piões, bonecas e carrinhos. Nesse sentido Ariès (1960, p. 88) reconhece alguns jogos, brinquedos e brincadeiras utilizados no passado, tais como "[...] cavalo-de-pau, cata-vento, pião, o pássaro preso por um cordão, a boneca, arco, cartas, xadrez, mímica, jogos de salão, cabra-cega, esconde-esconde, o homem-que-não-ri, a berlinda, pega-pega, peteca, raquete. As brincadeiras realizadas pelas crianças no passado também eram designadas aos adultos, pontua Ariès, (1960, p. 90) ao expor dados de uma pesquisa que realizou no início do século XII não existia uma separação tão rigorosa como hoje entre as brincadeiras e os jogos, reservados às crianças, e as brincadeiras e os jogos dos adultos. Os mesmos eram comuns a ambos. Segundo o mesmo autor, em 1600 as brincadeiras passaram a ser especialização da primeira infância, mas, não havia nessa época muita discriminação de sexo entre as mesmas, ele destaca que: "Nessa época, não existia muita discriminação entre meninos e meninas, que ambos os sexos usavam o mesmo traje, uma espécie de vestido, e que a brincadeira com bonecas era comum a meninos e meninas". (1960, p. 92).
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Pelo brincar a criança tem descobertas que acarretam o aprendizado. Pois, o brinquedo e a brincadeira introduzem a criança em um universo de sentidos não somente de ações, valorizando o imaginário da criança para a fantasia com o real, tornando o mundo representado mais desejável pela criança, pois possibilita que a mesma saia do real para descobrir outro mundo, através da imaginação pelo brincar. Pelo brincar a criança expressa seus sentimentos, sejam eles de alegrias ou frustações, este papel é fundamental para se estabelecer uma relação de um adulto confiante em suas atitudes, ou seja, um adulto capaz de estar maduro frente à realidade da vida adulta

O não-brincar em uma criança pode significar que ela esteja com algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O mesmo pode-se dizer de adultos quando não brincam ou quando proíbem ou inibem a brincadeira nas crianças, privando-as de momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos também. (WINNICOTT, 1982 p. 176). Mas, sabemos que muitas brincadeiras de ruas estão sendo trocadas pelo avanço tecnológico, já que as crianças não ficam mais pelas ruas depois das aulas por causa de vários fatores, dentre eles a violência.
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Pela importância que a infância representa na formação da personalidade do indivíduo, é que se pode ter noção da tamanha responsabilidade que as pessoas ligadas à educação da criança têm em mãos.

Sabe-se que uma criança é um ser integral em desenvolvimento, com capacidades e potencialidades a ser desenvolvida, por isso a necessidade de que ela seja estimulada em todos os seus sentidos, para que possa se desenvolver integralmente, pois de acordo com os últimos estudos sobre a infância, quanto mais estímulos a criança receber neste período, melhores serão os resultados que terá ao longo da sua vida, tanto em aspectos sociais, culturais, como cognitivos, físicos e também afetivos.

Deste modo, percebe-se que o estímulo quando oferecido tornam-se um importante aliado no desenvolvimento da criança. Em vista disso, podemos concluir que, para que a criança se desenvolva integralmente, deve ser proporcionado à ela uma série de estímulos, ou seja, atividades lúdicas e cognitivas ricas, diversificadas e prazerosas, um ambiente sensorialmente enriquecedor, atenção especial e estímulos afetivos, causando, assim, um desenvolvimento cognitivo significativo sobre ela.

Fontes: Núcleo do Conhecimento e FACCAT